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Espectros de Mariátegui na América Latina reúne leituras críticas, clássicas e contemporâneas (com inclusive novos ângulos, como a questão das mulheres e dos negros) sobre o fundamental pensador revolucionário José Carlos Mariátegui. Quase um século depois, sua questão, a saber o incontornável (e difícil, sobretudo se levarmos a sério as diferenças) encontro entre a tradição revolucionária inaugurada por Marx e a América Indígena, mantém toda sua atualidade. Nos fios que ligam as resistências e resiliência indígenas, dos Mapuche no Sul às lutas contra o fracking dos Standing Rock Sioux e dezenas de povos no norte da América, passando pelos zapatistas, retomadas Guarani-Kaiowá, cosmopolíticas Yanomami e as perspectivas de sumak kawsay e suma-qamaña, a partir da Bolívia e do Equador, dentre muitas outras.
Mariátegui, nesse sentido, prolonga Marx e seu pensamento-luta; os povos indígenas não surgem a partir de uma iluminação solitária, mas o interpelam em suas lutas, apoiadas pelos anarquistas e indigenistas. A América des-coberta? À maneira de Oswald de Andrade e do fio descontínuo antropófago, o amauta repele o eurocentrismo e o nacionalismo, e constitui uma contribuição-chave para o marxismo latino-americano, a criação para a revolução, a revolução como mito e criação.
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