A obra é um mergulho nessas questões de forma clara, honesta e profunda. No debate sobre a questão racial, apresenta as posições de Guerreiro Ramos e Abdias Nascimento, bem como a tarefa do combate ao racismo neste imenso país. As contribuições de Florestan Fernandes, fundamentais nesse debate, também são contempladas
Não passa despercebida pelo autor a ausência de mulheres negras que contribuíram – e ainda contribuem – para pensar este país, como, por exemplo, Conceição Evaristo, Carolina Maria de Jesus e Miriam Alves. Trata-se de uma questão pertinente, que não será superada se não a encararmos com a seriedade que exige.
A questão nacional é tão atual quanto a luta anti-imperialista. Em um momento em que parece não haver um projeto nacional de país, discutir a contribuição da ESG (Escola Superior de Guerra) e do ISEB (Instituto Superior de Estudos Brasileiros) torna-se crucial – não para repetir o passado, mas para compreendê-lo melhor e, assim, poder superá-lo. Nesse sentido, Ricardo Shiota realiza um exercício fecundo.
O livro aborda ainda um tema essencial que, todavia, permanece entre os grandes dilemas brasileiros: a necessidade de uma revolução. De forma robusta, reconstitui os principais aspectos do debate em torno da “Revolução Brasileira”, travado em meados do século passado e que continua a representar a mais decisiva encruzilhada histórica do país.
Todos esses elementos tornam esta obra um convite ao conhecimento dos pensadores brasileiros, por sua importância como intérpretes do Brasil – numa perspectiva crítica que nos convoca a conhecer a nós mesmos para, de forma consciente, construirmos um país altivo e soberano. | Joana Coutinho – UFMA
Sumário
Nota da edição
Apresentação
1ª parte | Questão Racial
1. Guerreiro Ramos e a questão racial no Brasil
2. Intérpretes do Brasil: escritoras negras contra o patriarcado (com Raffaela Fernandez)
2ª parte | Questão Nacional
3. Segurança ou questão nacional? Guerreiro Ramos e a disputa sobre o futuro do Brasil na década de 1950
4. Vaticínios sobre o golpe de 1964
3ª parte | Revolução Brasileira
5. Revolução brasileira: usos e contextos
6. Gilberto Freyre e a “revolução-conservadora”
7. Pessoa de Morais e a revolução brasileira
8. O livro proibido de Guerreiro Ramos
9. Florestan Fernandes e a revolução brasileira
Referências bibliográficas
Posfácio | Luiz Eduardo Motta
Agradecimentos
Sobre o autor
Ano de lançamento: 2025
266 páginas
Tamanho: 15×21 cm
ISBN: 978-65-85404-93-8
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