Erroneamente, Marx foi e ainda é acusado de eurocentrismo. Ao contrário, estudos recentes da sua obra vém demonstrando que ele jamais pretendeu aplicar os moldes do capitalismo europeu ao restante do planeta, algo que seria, aliás, completamente impossivel.
Isso, porém, já era sabido por dois dos maiores intérpretes da história latino-americana. Mariátegui e Caio Prado Jr. Conhecedores das peculiaridades dos seus respectivos paises, eles recusaram explicações “etapistas, preferindo entender a articulação do Peru e do Brasil na universalidade histórica do capitalismo mundial. E. com isso, inovaram não só no conteúdo, mas também na forma, no método do marxismo de sua época.
São esses aspectos cruciais que o presente livro é muito feliz em destacar. A escolha dos dois autores não é casual e, sim, fruto da intenção clara e proficua de esclarecer, pela comparação, as possibilidades imaginativas e analíticas que o caso latino-americano per mite àqueles que ousam não repetir fórmulas.
Caio Prado Jr. e Mariátegui praticaram um marxismo intelectualmente aberto a todas as teorias que proporcionassem uma compreensão de fato dialética, não mecanicista, dos processos sociais.
Mas o essencial do pensamento dos dois autores, e esse é o eixo do livro que o leitor tem nas mãos, é que conhecer a realidade implica nela intervir, transformando a sociedade.
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